Os consumidores estão cada vez mais engajados nas questões ambientais e procuram adotar práticas sustentáveis. Diante desse comportamento, é importante entender o ciclo de vida das embalagens de qualquer material, para que a escolha seja feita com consciência.
De acordo com o relatório “The Future of Flexible Packaging to 2024“, há uma crescente pressão pública sobre os proprietários de marcas e varejistas para reduzir o impacto ambiental das embalagens. Os proprietários de marcas estão respondendo a essas preocupações com a missão de não apenas reduzir a quantidade de desperdício de alimentos, mas, mais importante, acelerar a transição para uma economia circular sustentável e eficiente em termos de recursos.
Muitos acreditam que sacolas de papel são mais ecológicas do que sacolas plásticas porque são feitas de um recurso renovável, biodegradável e reciclável. No entanto, pesquisas científicas mostram justamente o oposto. Sacolas plásticas superam sacolas de papel em termos ambientais ― na fabricação, no reúso e na geração de resíduos sólidos.
Produtos de papel consomem grandes quantidades de energia para serem produzidos, fazendo com que papel e papelão sejam a terceira maior indústria em uso de energia no planeta. Em comparação com o papelão, o plástico é mais leve, mais durável e consome menos energia para ser fabricado.
Embalagens de papel são mais prejudiciais ao meio ambiente
As conclusões de um relatório escocês publicado em 2005 afirmam que “uma sacola de papel tem um impacto mais adverso do que uma sacola de plástico para a maioria das questões ambientais consideradas”.
Os tópicos em que as sacolas de papel se saem particularmente mal incluem o consumo de água, a acidificação atmosférica (que pode ter efeitos na saúde humana, ecossistemas sensíveis, declínio das florestas e acidificação dos lagos) e a eutrofização dos corpos d’água (que pode levar ao crescimento de algas e esgotamento de oxigênio).
Sacolas de papel são entre seis a dez vezes mais pesadas do que sacolas plásticas leves e, como tal, exigem mais transporte e seus custos associados. Elas também ocupariam mais espaço em um aterro sanitário se não fossem recicladas.
Análise do ciclo de vida dos materiais
Quando você considera todo o ciclo de vida das embalagens, papel e papelão representam um impacto ambiental muito maior do que seus equivalentes de plástico. Um relatório recente da ULS comparando sacolas de plástico e de papel concluiu que:
1. Sacolas de plástico geram 39% menos emissões de gases de efeito estufa do que sacolas de papel não compostadas e 68% menos emissões de gases de efeito estufa do que sacolas de papel compostadas.
2. Sacolas de plástico consomem menos de 6% da água necessária para fazer sacolas de papel. São necessários 1.004 galões de água para produzir 1.000 sacolas de papel e 58 galões de água para produzir 1.500 sacolas plásticas.
3. Sacolas de plástico para supermercado consomem 71% menos energia durante a produção do que sacolas de papel. Significativamente, embora as sacolas plásticas descartáveis tradicionais sejam produzidas a partir de combustíveis fósseis, a energia não renovável total consumida durante seu ciclo de vida é até 36% menor do que a energia não renovável consumida durante o ciclo de vida das sacolas de papel e até 64% menor do que aquela consumida por sacolas de plástico biodegradáveis.
4. Usar sacolas de papel gera cinco vezes mais resíduos sólidos do que usar sacolas de plástico.
5. Após quatro ou mais usos, sacolas plásticas reutilizáveis são superiores a todos os tipos de sacolas descartáveis ― papel, polietileno e plástico compostável, em todos os indicadores ambientais significativos.
Diante dessas informações, fica fácil concluir que as embalagens de papel não são as mais sustentáveis, ao contrário do que alguns ativistas ambientais defendem.
Fonte: https://perfectpackaging.org/environmental-impact-of-plastic-vs-paper/