Uma das orientações para aumentar o volume de resíduos reaproveitados é lavar os recipientes e embalagens plásticas antes de encaminhá-las à coleta seletiva.

Afinal, os resíduos de alimentos, além de deixarem um mau cheiro bem difícil de ser eliminado, também contaminam as outras embalagens.

Embora a higienização em casa possa ser feita superficialmente, apenas jogando um pouco de água (de preferência, de reúso) para tirar o excesso de resíduos, trata-se de uma etapa a mais dentro da rotina doméstica. E, por isso, muitas pessoas acabam deixando esse passo para trás, contribuindo menos do que gostariam para a preservação do planeta.

Como a qualidade do plástico sujo é muito baixa, acaba não sendo vantajoso processar esses resíduos para a reciclagem. Por isso, iniciativas que permitam o uso ao máximo da matéria-prima já produzida são muito bem-vindas.

Tecnologia reaproveita plásticos que não poderiam ser reciclados

Ciente do volume cada vez maior de plástico destinado aos aterros sanitários e da importância do reaproveitamento de materiais considerados não-recicláveis, a canadense Miranda Wang, em sociedade com Jeanny Yao, criou em 2015 a BioCellection, empresa que tem como objetivo recuperar quimicamente os plásticos considerados “sujos” ou não recicláveis, por meio de uma tecnologia capaz de transformar plásticos inaproveitáveis em bases químicas valiosas para a indústria.

O processo ocorre com base na decomposição do polietileno, plástico que representa 33% do total do material produzido no mundo todo.

A partir daí, é possível recuperar produtos químicos para sintetizar materiais que passam a ter o mesmo desempenho que os fotopolímeros e os poliuretanos plásticos, funcionando como mais uma opção para as indústrias que dependem desse tipo de substância e incentivando a economia circular.

A tecnologia desenvolvida por Wang e sua sócia é chamada de ATOD – Accelerated Thermal Oxidative Decomposition (Decomposição Oxidativa Térmica Acelerada) e consegue fazer a decomposição do plástico em menos de 6 horas e em temperatura abaixo de 200°C, permitindo a redução de energia aplicada no processo.

O método tem uma pegada menor de carbono e aumenta o valor do resíduo de plástico reciclado, tornando-o mais atrativo para empresas que queiram comercializar o material.

Planos de expansão

Com o recebimento de um prêmio voltado para empreendedores em 2019, a empresária pôde injetar capital na startup, acelerando bastante os resultados alcançados pela empresa.

Além disso, a imprensa também passou a prestar atenção aos passos da organização, tornando-a uma iniciativa mais conhecida no mundo corporativo e por entusiastas da reciclagem e da preservação do meio ambiente.

As metas de Miranda são um pouco ambiciosas, mas importantes ― o desenvolvimento de uma unidade de processamento e a reciclagem de 45 toneladas de resíduos de plástico até 2023, evitando a emissão de 320 mil toneladas de CO2.

A CEO acredita que a solução está ligada à economia do futuro, por dissociar o crescimento econômico ao aumento da extração da natureza e da produção de lixo que podem levar a uma catástrofe ecológica.

Fontes:

https://beegreen.eco.br/por-que-e-importante-limpar-as-embalagens-antes-de-encaminha-las-para-reciclagem/

https://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2019/11/conheca-jovem-que-descobriu-como-limpar-o-plastico-dos-oceanos-usando-bacterias.html

https://mackinstitute.wharton.upenn.edu/2019/biocellection-miranda-wang/

https://www.rolex.org/pt-br/rolex-awards/applied-technology/miranda-wang