Com tantas iniciativas e imagens de plástico nos oceanos, afetando a vida de animais marinhos, muito foi feito para reduzir a poluição plástica. Porém, tudo isso mascara os verdadeiros responsáveis pelo problema.

A cobrança pelas sacolas plásticas e as ações de limpeza nas praias são algumas iniciativas bem-intencionadas, mas deixam implícito que a solução para a crise climática está no nosso cotidiano, quando na verdade requer uma transformação real e profunda que realmente traga impactos relevantes.

Para impedir que o pior aconteça, são necessárias mudanças sistêmicas e mais abrangentes.

Quem é o responsável pela emissão de CO2?

Em setembro, a consultora norte-americana AT Kearney perguntou a opinião de 1500 alemães sobre o que causava maior impacto na redução da pegada de dióxido de carbono (CO2) de uma pessoa média.

Das sete opções listadas, 22% dos entrevistados afirmaram que eliminar o uso de sacolas plásticas teria maior impacto na redução de CO2. Na realidade, essa medida economiza reduz apenas 3 kg de CO2 por pessoa anualmente.

Enquanto isso, cortar o consumo de carne reduziria a emissão de gás carbônico em mais de 450 kg, saída apontada em segundo lugar pelas pessoas que participaram da pesquisa.

Em outras palavras, o banimento dos plásticos é uma alternativa superestimada, enquanto outros fatores têm uma contribuição maior à degradação do meio ambiente.

Tecnologias como a captura de carbono têm um grande papel a desempenhar, mas a maior parte da redução das emissões de carbono só pode ser feita com a rejeição em massa de processos que liberam enormes quantidades de gases de efeito estufa, o que inclui a redução de voos, menor ingestão de carne vermelha, eliminação dos carros movidos a combustíveis fósseis e mudança das fontes renováveis de energia.

Poluição nos oceanos: sacolinhas e canudos plásticos não são os verdadeiros vilões

Quando falamos em poluição nos oceanos, os plásticos consumidos pela sociedade não são o maior problema. Um relatório de 2019 do Greenpeace revelou que equipamentos de pesca perdidos e abandonados constituem a maior parte do lixo nos oceanos.

De certa forma, o plástico pode ser reduzido facilmente por pessoas que contam com uma boa situação financeira, embora seja um material imprescindível para diversas atividades, como hospitais, conservação de comida, entre outros.

Porém, economias inteiras estão baseadas na extração de combustíveis fósseis, o que exigiria uma grande reestruturação para que mudanças significativas nesse sentido fossem realizadas.

Conclusão

Apesar de infrutífera do ponto de vista ambiental, a guerra contra o plástico nos mostrou que com uma forcinha do governo e campanhas de conscientização, é possível mudar padrões de comportamento e de consumo em pouco tempo. Agora, só é preciso direcionar esse esforço na direção correta.

Fonte:

https://www.wired.co.uk/article/climate-change-plastic-pollution